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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

GABRIEL CHAPARRO

( ARGENTINA )

 

Poeta, narrador e jornalista.
Reside em San Nicolás de los Arroyos, província de Buenos Aires, Argentina.
Publicou suas obras em diferentes antologias, entre elas “Segunda antologia de la poesia nicoleña”.
Em 1996, por intermédio da Editorial Homo Sapiens, publicou seu livro “Los robos de Somisa”. Nos meios de comunicação tem conseguido e mantido uma intensa atividade jornalística, tendo recebido numerosos reconhecimentos como produtor e realizador de diferentes conteúdos audiovisuais, radiais e digitais.
E-mail: babrielchaparropf@gmail.com

 

TEXTOS EN ESPAÑOL – TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

VENZON, Altayr; MONCKS, Joaquim; RODRIGUES, Darcila (organizadores). Antologia da Casa do Poeta Rio-Grandense Coletânea Literária.    Porto Alegre/RS: Antonio Soares /Edições Caravela, 2025.  216 p. ISBN 978-85-8375-027-7 
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo Brito (livreiro) em 2024.


Cinco líneas

Te regalo un acorde triste,
como el domingo;
que es tan menor como el acorde.
Un acorde que no tiene pentagramas
que está solo como tu alma
y camina entre los dedos

Este acorde, que soy yo,
y no tiene pentagramas.


Vestidos de seda

Como un gusano en el jardín
agujereando mis flores
crecen sus mentiras.
Es un tumor maligno en nuestras manos,
un virus peligroso en nuestras venas.
Un tapón sobre la mente.
Son una pobre cosa,
sus mentiras.

Cómo podrán vivir así,
poderosamente maquillados,
simulacros camuflados,
trepando por los gajos con espinas,
los gusanos.

Entras o no;
la puerta está cerrada para pocos,
y no golpees que tienen hambre,
los gusanos.

Entonces a su lado poco queda por hacer.
Y no llores, y no sientas,
y no muerdas el sudor de la frente
que no tienen;
que roban pan y cambian suerte
y van con tácticas sinceras,
los gusanos.

Cómo podrán vivir así,
con tanta fuerza en el estómago
y tanta caca a pedacitos dejando por el suelo;
creciendo junto a sus mentiras,
los gusanos.
 

 

Poema de acero blando

(Por mi padre trabajador de turnos rotativos)

Pinchado el corazón.
En mi trabajo tenía pinchado el corazón.

Pero yo besaba igual a la distancia tu tibia
piel dormida,
e intentaba saber en qué rincón del mundo te parabas.

Sabía que eras el llanito descalzo de una cuna amarilla,
El mimado preferido de una perrita guacha que
se agregó en la casa
y te cuidaba el sueño.
Eras un cachetazo ensangrentado de dolor.
Por eso supe siempre que tus ojos fueron algo diferentes,
que tenían otra cosa,
que se hicieron de algodón.

No sé si mamá te hablaba de mí,
de mis cansadas horas extras de insistencia.
No sé si te molesta que te toque,
No sé si me escuchas cuando te hablo,
No sé si tenés fiebre,
Si te duele la panza, el pecho o la existencia.

Si sé
que sos un barquito de cáscara de nuez hundido en
la zanja del vecino.
Un barrilete que se suelta, que navega hasta el
infierno del sol.
Que se hiere con un rayo de punta en el baldío
de tu infancia.
Yo voy a verte corriendo; y observo que tenés
quebrada la caña de tu esqueleto vertebral;
y sos ahora un puñadito de papel e hilo choricero
atado a tus manos y a tus pies.
Y caminas rengo por el pueblo
con un padre ausente
ayer, en el trabajo.

 

                       TEXTOS EM PORTUGUÊS
                       Tradução por ANTONIO MIRANDA

      

 

Cinco linhas

Te regalo um acorde triste,
como o domingo;
que é tão menor como o acorde.
Um acorde que não tem pentagramas
que está solitário como tua alma
e caminha entre os dedos
Este acorde, que sou eu
e não tem pentagramas.


Vestidos de seda

Como um verme no jardim
entediando minhas flores
crescem suas mentiras.
És um tumor maligno em nossas mãos,
um vírus perigoso em nossas veias.
Um plugue sobre a mente.
São uma pobre coisa,
suas mentiras.

Como poderão viver assim,
poderosamente maquilados,
simulacros camuflados,
trepando pelos ramos com espinhos,
os vermes.

Entras ou não;
a porta está fechada para poucos,
e não golpeies que têm fome,
os vermes.

Então do seu lado pouco resta por fazer.
E não chores, e no sintas,
e não mordas o suor da face
que não têm;
que roubam pão e mudam a sorte
e vão com táticas sinceras,
os vermes.

Como poderão viver assim,
com tanta força no estômago
e tanta cocô em pedacinhos deixando pelo
chão;
crescendo junto de suas mentiras,
os vermes.
 

 

Poema de aço brando

(Por meu pai trabalhador de turnos rotativos)

Picado o coração.
Em meu trabalho tinha picado o coração.

Mas eu beijava igual à distância tua tíbia
pele dormida,
e tentava saber em que canto do mundo tu paravas.

Sabia que eras o simples descalço de um berço amarelo,
O mimado preferido de uma cadelinha guacha que
se juntou em casa
e cuidava o teu sonho.
Eras um tapa ensanguentado de dor.
Por isso soube sempre que teus olhos eram algo diferentes,
que tinham outra coisa,
feitos de algodão.

Não sei se mamãe te falava de mim,
de minhas cansadas horas extras de insistência.
Não sei se te incomoda que te toque,
Não sei se me escutas quando te falo,
Não sei se tens febre,
Se dói a tua pança, o peito ou l existência.

Si sei
que és um barquinho de casca de noz fundido
na vala do vizinho.
Un barril que se solta, que navega até o
inferno do sol.
Que se fere com um raio de ponta no espaço baldio
de tua infância.
Eu vou a ver-te correndo; e observo que tens
quebrada a cana de teu esqueleto vertebral;
e és agora um punhado de papel e fio choricero
atado às tuas mãos e a teus pés.
E caminhas rengo pelo povoado
com um pai ausente
ontem, no trabalho.

 

*
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Página publicada em janeiro de 2025


 

 

 
 
 
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